O UNIVERSO
‘Universo’ ou ‘cosmo’ é o nome do conjunto de toda a matéria, energia, espaço e tempo existentes. É fácil verificar que somos parte do universo, já que somos constituídos de matéria e energia, e ocupamos um espaço equivalente às medidas de nosso corpo durante algum tempo.
Não sabemos exatamente como surgiu o universo, nem qual é o seu destino. A maioria dos cientistas acredita que ele teria começado por uma explosão violenta – o big bang – num momento singular, há 15 bilhões de anos.
O certo é que o universo é gigantesco. Suas distâncias colossais são medidas em ‘anos-luz’. Um ano-luz é igual à distância que a luz percorre em um ano – aproximadamente 9,46 milhões de milhões de quilômetros. Imagine uma galáxia a 15 bilhões de anos-luz de distância! Astrônomos já conseguiram fazer essa medição, o que confirma a vastidão do universo. Em tempo, ‘galáxias’ são agrupamentos de estrelas. Cada galáxia contém bilhões de estrelas agrupadas.
Como pode uma explosão transformar-se em seres humanos? Até o ano 2000, esta era a história:
Teoria big bang
Uma explosão de proporções inimagináveis criou uma imensa bola de fogo que, ao esfriar, tomou a forma de minúsculas partículas. Tudo no universo é feito dessas partículas ou matéria. À medida que as partículas se espalhavam, o universo expandia. Com o tempo, nuvens espessas de gás hélio e hidrogênio se formaram e se agruparam em porções muito densas. Tão densas, que a luz não conseguia penetrá-las; então era tudo muito escuro. Em alguns milhares de anos, a temperatura caiu até alguns mil graus. Gradualmente, a névoa foi-se dissipando, isto é, a luz conseguia percorrer extensões cada vez maiores do universo que, por isso, tornou-se transparente, como hoje. Cerca de 10 bilhões de anos depois do big bang, o Sol e os planetas do nosso Sistema Solar se formaram, à beira da galáxia que conhecemos pelo nome de Via Láctea. E eis que, no planeta Terra, a vida desenvolveu-se em plantas, peixes, animais e seres humanos – “... uns bichinhos, capazes de ver, de medir e de pesar o Universo. Nós somos a consciência do Cosmos.” (Darcy Ribeiro, 1994).
Se, por um lado, o modelo big bang agrada aos que crêem em Deus, pois estipula a existência de um momento de criação em um tempo finito, por outro lado, esse modelo gera complicações. Para solucioná-las, foi lançada a hipótese de que haja um tipo especial de energia – a energia escura – principal responsável pela evolução do universo. Porém, as propriedades desse tipo de energia/matéria são incompatíveis com a singularidade exigida pelo modelo big bang.
De forma que hoje, vários cientistas, dentre eles, o brasileiro Mário Novello, defendem um modelo alternativo, segundo o qual o universo é eterno. Uma de suas expressões é o universo cíclico, que ora expande, ora contrai, em ciclos alternados de big bang / expansão, e ‘big crunch’ – ou colapso das galáxias pela força da gravidade, num movimento inverso. Cabe reforçar que o modelo do Universo eterno dinâmico não é a única alternativa proposta à hipótese do big bang, apenas a que oferece “maior consistência e embasamento teórico.” (Novello, 2010). Os defensores desse modelo procuram evidências concretas, que sustentem a nova hipótese.
Rosana Lucas, responsável pelo Caderno Virtual